quarta-feira, 4 de maio de 2011

Escrever


Hoje, pela primeira vez eu resolvi escrever sobre você. É bem provável que você nunca leia e também que ninguém entenda que é para você isso que vou escrever. Na verdade, não vou escrever para você, vou escrever para mim sobre você. Bem, nossa convivência é complicada. Cheia de arranhões, rabiscos e falhas. Eu tinha tudo e todos os argumentos do mundo para te odiar, mas por alguma razão que eu ainda desconheço, talvez por teimosia, eu ainda amo você. Hoje, pensando em nós, lembrei de uma frase de William Shakespeare: 'Plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores.' Não importa o quanto você significa para mim, nem o sentimento encolhido que eu ainda guardo comigo para te dar, você nunca vai saber receber  nada de mim. Você é assim, simplesmente não se importa. Entre o mínimo, o suficiente e o máximo, você sempre vai ser o mínimo achando que é o suficiente. Não importa o que eu faça, nunca vou merecer o seu máximo, mas não se preocupe, essa realidade nem dói tanto mais, só às vezes. Já alimentei muita tristeza, já jurei que ia dizer tudo que penso na sua cara e já quebrei várias promessas de nunca mais falar com você. E como já disse, não tenho raiva de você. Percebi que isso só iria fazer mal a mim, porque você simplesmente não se importa. Eu tento ver algo bom em você, mas a cada dia que passa fica mais difícil. Tanto tempo e nós ficamos cheios de nada. É engraçado eu escrever nós, porque o nós nunca existiu e nem vai existir. Mas tá bom, eu aprendi muito todo esse tempo, você é um belo exemplo de como não se deve ser. Eu quero de verdade, tirar você da minha vida sem mágoas, se possível sem lembranças, mas isso vai ser difícil para mim, porque para eu me libertar de você, eu preciso te perdoar. E toda vez que eu te perdôo, você arruma um novo jeito de me ferir novamente, mesmo que de longe. Sua indiferença me dói. Eu preciso tirar você de mim. Acredite, vai ser melhor pra nós dois. Só não sei ainda como e quando vou fazer isso. Aliás, vou anotar esse pedido para quando eu encontrar o gênio da lâmpada mágica.

(Sra. FMS)

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(Caio Fernando Abreu)