quarta-feira, 15 de junho de 2011



'Não é só comigo. E não é de hoje. Já aconteceu faz tempo, mas não nos demos conta dessa mudança. Estamos de passagem. Em uma época de declínio de valores, de tudo o que existe sendo usado de modo comercial, um sistema corrupto, informações corrompidas, uma apatia social e filosofias vendidas em qualquer boteco de esquina. A nossa decadência está mais do que nítida. Sentimos um certo vazio. Mal nos damos por gente e vamos para a escola sem nem saber o porquê, aprendemos o que nos é inútil e entramos na faculdade na fé e esperança de conseguir um bom emprego. Compramos e somos comprados. Nos casamos e vivemos uma vida suja a dois. Assistimos programas de TV desnecessários. Colocamos herdeiros para o mundo, filhos que serão uma cópia fiel aos pais e herdarão a mesma estupidez. E o ciclo da imperfeição humana continua. Como já disse o meu destino é a morte. O seu também. Teremos uma cova com uma inscrição qualquer, seja uma frase famosa ou uma simples marcação de indigente não alfabetizado. E por algum tempo seremos visitados por alguém que sente nossa falta, mas no fundo todos sabemos que somos apenas mais um número, que não somos importantes, que não somos nada e que nossas idéias serão descartadas.'

Créditos: catalepsiaprodutiva.blogspot.com

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(Caio Fernando Abreu)